quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Portugal é um País Fantástico

Caros

Escrevo agora, quase no fim do ano e antes de formatar o meu PC!
Estes dias em PT têm sido maravilhosos: família, amigos, saúde, paz e descanso. Como deve ser o Natal, e sendo que dizem que o Natal é quando um homem quiser, às vezes pergunto-me: se realmente a Vida é uma coisa tão simples, porque razão nos esforçamos tanto para a complicar?

Have fun...

PS: Óptimo ano de 2010, quer estejam na Zâmbia, nos States ou neste nosso Rectângulo, ou mesmo noutro lado qualquer...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mais novas das terras do Tio Sam!

Caros

Escrevo no meu último dia nas terras do Tio Sam, pelo menos este ano! Escrevo na cama de um hostel na cidade que nunca dorme, e se calhar por isso, as pessoas aqui nesta cidade são um pouco rudes... Falta-lhes qualquer coisa. Aqui nota-se que a única coisa que faz feliz estes tipos são as compras. Já aos europeus, para além das compras (com o 1,5 to 1 do câmbio) fascina ver como uma cidade consegue ser tão grande, num espaço tão pequenino.

have fun,

Relativamente ao Hostel: recomendo...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

inspirações e inundações

Olá

cheguei hoje para mais uma semana na irlanda! está tudo inundado e as pessoas estão assustadas. apesar disso nem tudo é mau. Hoje conheci um senhor, com 66 anos mas cheio de vitalidade que me pagou o almoço e ainda me deu uma garrafa de licor de whisky. Nao falámos quase nada de trabalho (pelo menos que eu considerasse trabalho) e no fim, quando lhe agradeci pela gentileza, ele disse-me apenas: nao custa nada ser gentil quando do outro lado temos alguém a quem não custa nada dar um sorriso!
Olha, foi uma boa surpresa! não é todos os dias que ouvimos uma coisa bonita sobre nós...pode ser que me inspire para o resto da semana!
Fica aqui tb uma foto do caos instalado nas margens do Shannon

domingo, 22 de novembro de 2009

Portugal é um País Fantástico

Mais novas das terras do Tio SAM!

Ontem fui a um magusto aqui em Boston! Foi muito bom: castanhas assadas (bem boas) e alguma jeropiga engarrafada de qualidade duvidosa, mas... Muitos PT juntos, algum barulho, mas nada de especial, foto de "família" e tudo e tudo...


Tanto tudo e tudo que até tive direito, entre outros, a uma vacina para o H1N1!, vulgo gripe da porcalhada…
Passo a explicar, apareceu uma Sr.ª, que ninguém conhecia, que tinha um extra de 13, brruuu, vacinas para oferecer a quem estivesse interessado. Reparem que a Sr.ª não foi lá comer castanhas, nem beber a miserável jeropiga, mas sim, injectar estranhos com o Sonasol da gripe dos porcos... Acabado o trabalho, a Sr.ª saiu e Puff! Para nós todos, toda aquela cena parecia saída de um trecho da crónicas de Narnia...


Have Fun

domingo, 15 de novembro de 2009

nuestros hermanos

vim aqui hoje, sábado á noite...é mesmo de quem nao tem nada de interessante para fazer e uma vida social muito resumida...para dizer que os espanhóis me estão a surpreender! Muito simpáticos e a fazer um esforço enorme para me entenderem! oferecem-se para ajudar com a expressão oral e escrita e dão-me guarida desinteressadamente! nice surprise!
Aqui vai uma foto de uns que eu considero Top! Gracias por su cariño!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Portugal é um País Fantástico

Caros

Mais novas aqui da terra do Tio Sam. Ontem fui ao Hooters, onde a beleza feminina reina. De facto aqui só se torna explicito o que já fazemos na Europa: e difícil ver na Zara/HM... raparigas feias ou com mais de 35 anos. Não há muito a dizer: as moças são realmente giras ou boas e andam todas com a mesma fatiota, ou seja, quase nada vestido, e no fim desenham corações na nossa conta. Outro aspecto interessante da coisa é que tirando as empregadas, tudo o resto eram homens!


Sobre a cidade de Detroit: pensando bem não é assim tão mau: está relativamente perto de Toronto e de Chicago (cerca de 5 horas de automóvel) e podemos sempre apanhar um avião e ir para sítios interessantes como Tokyo, Nova Deli ou Paris.

Have fun...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

olhos em bico....outra vez

Voltei ao Japão mas desta vez em trabalho. A cultura continua a fascinar-me apesar de nao poder dizer que gosto...continua a ter muitas duvidas relativamente à forma cordial-hipócrita com que toda a gente nos trata - a nós os gaijin.
Seja como for visto que nao há grande coisa a acrescentar deixo-vos com A foto da viagem! só por este momento já valeu a pena aguentar várias horas de sorrisos, literalmente, amarelos!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Portugal é um País fantástico...

A minha vida em Detroit, MI, USA:

Imaginem vocês viver 24h por dia no Continente da Amadora... eu sei que é difícil, mas façam muita força e imaginem. Aqueles parques de estacionamento gigantes sem passeios, os edifícios baixos e em open-space com corredores forjados pelos armários de produtos, aquela sensação asséptica de que não vai ser fácil, mas que é preciso lá ir, a ideia que para ir do Continente à Conforama temos de pegar no carro e andar uns longos minutos de carro em filas intermináveis. E o que há normalmente perto do Continente: Autoestradas... Agora imaginem autoestradas, mas não as normais como nós temos, mas uma espécie que vem com cruzamentos, semáforos (mas para carros unicamente, claro), locais de inversão de marcha! E imaginem um local tão plano que não se vê nada no horizonte para além dos parques de estacionamento... Juntem a isto tudo um tempo desastroso com frio, neve e chuva durante 8 meses do ano...

Agora imaginem 5 milhões de pessoas a viver numa cidade assim... Detroit!!!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Até que enfim...

Hoje, ao conversar com o meu amigo Z. P. tive a oportunidade de perceber a dimensão da serenidade que atingiu a minha praia. Depois de algumas tempestades, que coincidiram com o regresso do paraiso, aqui estou, perante uma série de adversidades, mas com a maior certeza que já tive desde sempre. Mesmo com pessoas a tentarem perturbar este equilibrio que me bateu à porta e ao qual disse sim, podes entrar. Por isso, estou serena. Quando verbalizo os projectos, não os planos porque esses nao existem nem estao sequer materializados na minha imaginação, mas os projectos, os próximos passos, tudo me parece completamente cheio de lógica. A sensação que tenho é que demorei 31 anos a chegar aqui e vivi estes 31 anos exactamente para estar neste momento, neste preciso ponto em que me encontro. Todas as experiencias por que passei, todos os desafios, todas as provas (superadas ou não) tiveram um objectivo, que é o desta certeza absoluta de que finalmente estou no vento certo.
Estas férias foram pródigas em dar-me este tipo de sensação, os conselhos ternos do M. também o foram. É bom termos anjos no nosso caminho, é bom deixarmo-nos levar pelo vento e fazer as coisas quando achamos que devemos fazer e não quando a lógica e a "normalidade" dos outros nos permitem fazer. Realizar sonhos é possível e é para isso que vivemos, que trabalhamos, que muitas vezes nos sacrificamos.
A comunhao profunda com a natureza, a todos os níveis, ensinou-me que devemos seguir o nosso ritmo e o nosso instinto. Se o nosso grilo nos diz: vai por ali, faz isto, nao faças aquilo, devemos ouvi-lo e segui-lo mesmo que nos pareça um completo disparate! ou que nos pareça que não vamos conseguir ou nao temos condições para realizar.
A vozinha na minha cabeça diz-me: tudo faz sentido e por isso só pode correr bem!
Tal como aconteceu nas férias, quando há sinais que nos dizem para nao fazermos um trilho e nós os ignoramos, mais á frente vamos dar conta que nos esquecemos de coisas importantes, como trocar de botas, levar água, levar máquina fotográfica. Depois acabamos por perder o trilho logo ali a meio caminho e voltamos para trás em grande frustração. O caminho nao era suposto fazer desde o momento em que nao achamos sequer a estrada de acesso para ele...insistimos, e depois lá estava o destino a dizer: meninos, vão embora que isto aqui nao é para vocês!
Com a vida é o mesmo, vamos seguir os sinais...se insistimos tantas vezes e nos metemos nas mesmas situações: menina, vai embora que isto aqui não é para ti!
Se pelo contrário, quando nao insistimos e as coisas de que gostamos vêm ter connosco naturalmente, então, de que esperamos? Bora lá! Por muito medo que haja, vamos em frente que atrás vem gente!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Portugal é um País fantástico!

Meus caros,

Mais novas da terra do Tio SAM!

No outro dia vi um casal Amish, por volta dos seus 50 anos, vestidos a rigor, no metropolitano!
Ainda estou a processar esta informação. Não é facil...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Portugal é um País fantástico!

Meus Caros

Aqui nas terras do Tio SAM existem muitas coisas diferentes de Portugal...

Por exemplo a burocracia. Ontem estive "apenas" uma hora e meia à espera de vez para tirar o cartão da segurança social. De notar que se tratava de um evento especial, visto que as Sras. funcionárias públicas se deslocaram ao MIT para o efeito.
À boa maneira Americana estavam 6 funcionárias públicas para tratar do assunto destes alunos do MIT que não nasceram nesta terra abençoada por Deus. Bom, seis parece um número razoável considerando que éramos poucos alunos na fila, não mais de trinta...
Aquela hora e meia de espera deu para compreender o modus operandi: na entrada da sala estava um placar com toda a informação que precisávamos de saber: que documentação apresentar, se tínhamos fotocópias dos originais dos mesmos documentos e as indicações de que iríamos receber o cartão em casa. Ao entrar na sala estavam 3 funcionárias a tratar de saber se tínhamos lido o placar da entrada e se de facto estava tudo conforme. Reparem, estavam 3 funcionárias só para verificar se a documentação estava em ordem. Pensámos erradamente: vai ser rápido... Afinal se está tudo em ordem é só entregar a documentação e já está!!! Pois...
Em vez de senhas de espera o sistema de espera era ligeiramente diferente do habitual: uma serie de filas de cadeiras e de cada vez que a fila da frente era despachada, nós avançávamos nas cadeiras. Avançar, avançar mas lentamente: se estavam três funcionárias na recepção a controlar se estávamos todos com a documentação correcta, estavam apenas duas efectivamente a trabalhar... Isto porque a terceira esteve ausente a maioria do tempo em que estivemos na fila. Enquanto estávamos a esperar, íamos vendo uns alunos que entravam na sala e se dirigiam directamente a essas duas senhoras... começamos a perceber que iam entregar documentos que faltavam... O facto de estar um placar na entrada e 3 funcionárias a verificar se a documentação estava em ordem afinal... Foi só uma hora e meia e estivemos sempre a ouvir as 3 senhoras da porta na conversa... Ah! E recebemos o cartão em apenas 3 semanas.
As funcionárias, à parte de falarem Amaricano, parecem exactamente tiradas da mesma forma dos funcionários públicos portugueses: o mesmo visual, os papéis todos amontoados à volta, a caneta e agrafador e o intervalo para cafezinho de pelo menos 1 hora. A única grande diferença é que estavam bem-dispostas... Devem aproveitar melhor os intervalos…


PS: O sistema de filas aqui também funciona muito melhor: houve uma rapariga asiática que com todo o descaramento ultrapassou todas as pessoas da fila... Aqui é realmente diferente, se fosse em Portugal teríamos o inicio de uma guerra civil... Aqui, escudando-se no seu falível inglês, a moça lá passou à frente, mas teve de voltar porque não tinha a documentação toda... Foi um pequeno momento de felicidade...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Portugal é um país fantástico!

Caros

Neste fórum vou falar das minhas experiências e aventuras na terra do Tio SAM!

Fiquem atentos,

M.

isto está mesmo a acontecer!

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa de sonhos, mas que nem sempre sou muito comunicativa em relação a eles. Talvez por receio do ridiculo, de ter sonhos que sao dificeis de realizar e dos outros me acharem irrealista. No entanto, o sonho da Nova Zelandia anda comigo há tanto tempo, que por ele já passaram fases de conto de fadas infantil, afirmação adolescente, emoçao jovem e finalmente alguma reserva que a experiencia nos dá na idade adulta. Por isso, se os que me conhecem há poucos anos (e só lhes apresentei a minha ultima fase) ficaram surpreendidos com a decisão deste verão (até porque foi uma opçao de passar as férias de verão num país em que é inverno e está mesmo muito frio), para aqueles que me acompanham há mais tempo, a única questão foi: mas porque é que deixaste isso para tão tarde?
O pontapé de saída foi dado pelo J. com um singelo presente de aniversário e foi aí, que juntamente com o M. (eterno companheiro de todas as "viagens") que partilha comigo a mesma fome por descoberta e pelo regresso à terra, à natureza, se foi formando o plano, juntando os recursos necessários (€ porque estas brincadeiras saem caras) e a informação aos chefes de: este ano vou tirar férias durante os 25 dias úteis a que tenho direito, mais um ou dois para a ressaca!
A meio do mês de Agosto de 2009, lá estávamos nós, ainda zonzos com a viagem e as 11 horas de diferença horária que nos distanciam da terra natal (apesar de termos parado em Tokyo, não é fácil fazer com que o nosso corpo se adapte a tanta hora de diferença). Chegar ao país que sempre sonhámos conhecer é um misto de medo e de prazer. O medo da expectativa estar demasiado alta e termos uma grande desilusao (que não aconteceu felizmente) e o prazer de estar de facto lá! Ter conseguido! Durante uns momentos a única coisa que nos vem à cabeça é: eu não acredito que estou aqui! Isto está mesmo a acontecer!
Mostramos o passaporte ao senhor do serviço de fronteiras e temos vontade de lhe explicar a imensidão da nossa felicidade! Quando ele nos pergunta qual o objectivo da viagem, nós não só dizemos que estamos em turismo como também temos uma necessidade imediata de explicar como vamos fazer a viagem, a que sitios queremos ir, quantos dias vamos ficar, tudo isto com uma emoçao na voz que nos faz parecer crianças numa loja de doces!
Próximo passo, sair do aeroporto, olhar em volta e reconhecer a ocidentalidade do sitio, as raizes profundamente britânicas, interagir com as pessoas que têm um misto de cordialidade europeia e descontração de um país do hemisfério sul onde nas veias dos habitantes ainda corre o sangue aventureiro e destemido dos primeiros colonos.
Chegar a Auckland, correr para o sitio onde está ainda á nossa espera aquela que será a nossa casa sobre rodas durante o próximo mês! É linda!!!!!!!!!! A nossa casa é linda! OK, não é o Cocas com a Miss Piggy como pedimos e estávamos à espera, mas é surpreendentemente linda! Está pintada com seres mágicos/míticos, como se fosse a antecipação da verdadeira magia que os próximos dias nos iam oferecer e também dando o primeiro sinal de que é muito melhor não planear nada, mas sim receber tudo o que acontece com encantamento.
Aprendida esta lição, todos os dias tivemos direito a surpresas boas, todos os dias agradecemos por não planear e por nos deixarmos ir entre linhas traçadas no mapa e algumas outras que descobrimos mesmo sem estarem lá.
Como diz o M.: se não nos perdermos, só vamos ver e conhecer aquilo que procuramos...e isso é muito pouco!

domingo, 27 de setembro de 2009

Emocoes!!!

Sao quase as 16h00 e hoje mal sai do quarto do meu hotel. Nao estou triste,nem deprimido,nao e’ isso!!!Apenas nao me apetece sair,la fora reina uma confusao que nao quero de momento misturar-me. Hoje apenas quero sentir indiferenca!!!

Um pouco dificil deexplicar,mas posso tentar

Entras na sexta semana de viagem, tantos sitios, tantas pessoas,conversas e experiencias, emocoes diversas e a viagem ainda nem chegou a meio. Comecas a perder referencias, a sentir saudades dos mais proximos, do teu estilo de vida, a nao saber que dia da semana estamos e a deixar de tentar saber os resultados do Sporting (ok, devo confessar que convem melhor assim :-).

Ao mesmo tempo entras na dinamica e ritmo da viagem. Comecas a viver o momento como se fosse a tua ultima e mais forte experiencia, tudo o mais esta demasiado longe ( o tal mundo real onde pertenco e venho) e tao cedo nao voltarei a ele.

Entao tens uma boa experiencia, e ficas euforico, tens uma experiencia nao tao boa e ficas triste. Um turbilhao de emocoes que muitas vezes nao da para contar em mail, telefone ou post. E viajar sozinho faz com que desabafes ou contigo ou com o teu diario ou ainda numa conversa furtuita que tens com uma amizade de momento que dura no maximo uma tarde, noite.Ainda assim qualquer das tentativas de comuncicacao sao insuficientes.

Comecas a nao estar bem em lado nenhum,um certo desconforto interior,um certo desanimo que tentas compensar com mais experiencias e mais sitios e mais pessoas e mais sei la, aventuras.

Como se tivesses uma fome insaciavel dento de ti que nunca esta satisfeita.

Mas como e’ que pode ser?Dificil explicar....tento fazer a melhor viagem possivel, com a melhor das experiencias que vao de encontro aos teus interesses.

Se na semana passada, estive realmente down, demorou dois dias para que estivesse no melhor desta viagem. Tem sido muito fixe,portanto!!!Nao e’isso.

Entao o que e’?

Sera o viajar sozinho?hummm,nao creio,tenho estado sempre acompanhado. Ou quase sempre....E sobretudo tenho apreciado os momentos em que estou sozinho.

Gera-se ainda mais confusao nesta cabeca.

Desco do meu quarto do hotel e peco uma cerveja que sempre ajuda nestas coisas.hehehe

Penso um pouco e alguem comeca a tentar meter conversa.

Nao sou simpatico,nao quero neste momento conversar. Ando num vai-vem mental aqui dentro.Nao estou para nice conversations.

Mas a voz insiste. La tenho que falar entao. E comeca a contar a sua viagem. Nao lhe pergunto nada, apenas escuto e tento sorrir para que nao pareca demasiado antipatico.

Ainda assim,os sorrisos saiem forcados.

Um yankee. Um puto de 20 e poucos anos que viaja ha uns dois anos. China, Tibete,India, agora Nepal, antes uns quantos sitios mais.

Depois de ter sido meramente um espectador na conversa.Pergunto-lhe apenas: ouve la e como e’que te sentes depois desse tempo todo?

O rapaz pensa um pouco e responde:

“ Nao e’facil, especialmente sozinho durante tanto tempo. Nao e’ a solidao sabes, e’ apenas saber viver sozinho. Muita gente nao sabe o que isso e’.Eu devo confessar que demorei algum tempo.Sobretudo procurar esse equilibrio interior, independente daquilo que ves e sentes.Ha que saber manter uma certa distancia em relacao a tudo isso. Nao deixar que os sentimentos te entrem demasiado na cabeca”

No more comments!!!

Pago as cervejas e volto para o quarto.

Em breve desco e faco um post....

J

terça-feira, 22 de setembro de 2009

o sitio onde as pessoas não se tocam

Da minha estadia em Tokyo, algumas coisas ficarão na mente para sempre. A primeira é da perda total de referencias. Não sabemos exactamente se os sitios onde andamos são perigosos ou seguros, não percebemos se a porta que está à nossa frente vai dar a um restaurante na cave ou a um pronto a vestir, não percebemos se a loja que vemos á frente vende maquilhagem ou é um cabaré, não entendemos se o outdoor se refere a uma rede de telemoveis ou uma marca de lingerie. Parece caricaturado mas não é.
A outra coisa, e no seguimento da onda das lojas, é o consumo desenfreado. Nunca vi tanta gente a consumir tanto ao mesmo tempo. O desporto nacional são as compras. Não faço ideia de onde poem as coisas que compram. Estive em casa de um local e posso garantir que em casa não abunda o espaço! Compram tudo, desde electrónica a acessórios de beleza sem a minima funcionalidade. Fazem filas e passeiam-se horas entre expositores e montras. Por último e não menos marcante; a aversão ao toque. Os japoneses não se tocam! Não se vêem casais de namorados agarrados, nos cruzamentos com a maior confusão que se pode imaginar, passam N pessoas no mesmo sitio ao mesmo tempo e não se vê nem sente um único encontrão. Se estivermos a passear na rua e alguém à nossa frente olhar para trás por cima do ombro, devemos rapidamente fazer uma ultrapassagem porque a pessoa está a dizer que se sente incomodada pela proximidade em que estamos. Apenas no metro e à hora de ponta, todas estas "leis" deixam de ter importância e lá estão todos em cima uns dos outros em carruagens onde não cabe nem mais um pena.
Os japoneses preservam com a maior ferocidade o seu espaço vital. São atenciosos, simpáticos, cordiais (se foram nossos amigos ainda lhes conseguimos arrancar um abraço na hora da despedida), mas assumem uma individualidade sem limites. Isso vê-se na roupa que usam, nas coisas que compram, na forma como se comportam e nos termos em que falam de nós, os gaijin (estrangeiros). Para eles somos mal educados, não polidos, rudes e até um bocadinho parvos (porque somos todas as coisas anteriores mas sem termos noçao disso).
Resumindo, adorei o Japão, a cultura, as pessoas e os sitios. Não por me identificar, mas por ter descoberto um sitio em que não tive qualquer opinião relativamente à forma de vida: não é melhor nem pior, é apenas e orgulhosamente diferente!

domingo, 20 de setembro de 2009

back to reality

Pois, estou de volta das maravilhosas férias de verão, por terras onde a neve chegava bem acima dos tornozelos :)
Vou intercalar estes post com os do J. e espero não provocar confusão a quem segue os caminhos nem sempre lineares destas duas aves raras que gostam de conhecer o mundo! J. acho que dadas as circunstancias a tua mae nao se vai importar com o vernáculo que utilizaste! relax!
Hoje, dia 20 de Setembro, é o primeiro dia em que me vejo sozinha, sem o meu companheiro de caminhada. O M. seguiu para a sua aventura por terras do tio sam e volta de boleia no trenó do Pai Natal. Por isso, talvez comece a ser mais assídua no Nem Por Aqui Nem Por Ali, de forma a tornar os serões um pouco menos frios!
Vou começar então por partilhar ideias das férias fantásticas deste ano e também algumas fotos. Há sitios que me passaram completamente ao lado e por isso não vão merecer comentários. E há outros sitios que tocaram tão fundo, que não consigo comentar! Estranha dicotomia esta.
1º dia de viagem - Inglaterra (porque como não temos um aeroporto verdadeiramente internacional, temos que ir visitar os antigos aliados de cada vez que queremos sair do velho continente europeu)
Windsor: Visitámos o castelo/palácio e descobrimos algumas pérolas dignas de registo. Nesta modesta residência passeou-se a mais famosa
rainha consorte da história de PT e UK, Catarina de Bragança. Foi ela que introduziu, enquanto morava em Windsor, o hábito do chá das 5 reconhecido em todo o mundo como impressão digital inglesa. Como sempre PT e os portugueses gostam de jogar no backstage! Mas os vestígios de PT não param por aqui, logo à entrada encontramos uma arma com um legenda onde percebemos a confusão dos nossos amigos ingleses relativamente à identidade portuguesa vs espanhola. Ao que parece o respeito e conhecimento que temos pela nação britânica não é exactamente correspondida pelo o lado de lá do Mapa cor de Rosa (talvez o ultimato britânico ainda lhes esteja na cabeça)

sábado, 19 de setembro de 2009

Make the most of a bad situation

Katmandu, 19-09-2009 16h42


Dois dias de viagem, uma greve pelo meio, voo cancelado, mais um dia em "nowhere's land". Saio no dia a seguir sem certeza de haver ou não voo.
Pelo meio, inúmeros (mas bué mesmo) controlos policiais. Corre o rumor que há movimentações militares chinesas ao pé da fronteira com a índia. Andam nervosos os indianos. Câmara fotográfica "retida" algures por Leh-Delhi-Katmandu. Chego a Katmandu numa de "João, no pasa nada! Atitude positiva, são cenas que acontecem".

Chego ao sítio onde me propus a fazer duas semanas de voluntariado. Sigo as indicações que me deram (40km de Katmandu, numa aldeia perdida pelas montanhas), encontro um sitio/casa fechada e com pinta de não ser usado há algum (bastante) tempo. Telefono para o número de contacto que tenho.
- “Chego em 10 minutos.”
Oiço do outro lado. Passadas duas horas e já noite chega o meu contacto.
- "Ah, então tudo bem? Pois, sabes, és o único voluntário que pôde vir, o resto cancelou tudo. Logo, claro, o que tínhamos para fazer - a reconstrução da tal escola - foi também cancelado, porque como é obvio não podes fazer isso sozinho".

Estou demasiado cansado para pensar no que implica aquilo que este rapaz me esta a tentar dizer. Só quero um banho e dormir tranquilamente. Amanhã oiço com mais atenção e perguntarei se sou o único e se não há nada para fazer, então porque é que me disseram para vir para aqui!? Mas prefiro não pensar muito nisso....ainda.

Entro na casa onde vou ficar e o cenário não melhora. Alias, piora consideravelmente. Suja, muito suja mesmo...a casa de banho dá medo (banho cancelado), a cozinha pesadelos. Vou para o quarto, acendo a luz, passado 5 minutos fico sem luz. No Nepal cortam a luz no período em que precisamente precisamos mais dela (19-22h). Saco o saco de cama, tento adormecer, oiço uns ligeiros barulhos, pego na lanterna, aponto e vejo uns pequenos e simpáticos roedores.

Não da para aguentar (desculpa lá mãe, se me tas a ouvir/ler mas tem mesmo que ser) e tens que soltar um sonoro e valente: FOOOODAAAAASSSSEEEE!!!!! Alias este sonoro e valente palavrão é seguido de uns 10 foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se, foda-se (afinal foram 11).

Pões Sigur Ros no teu Ipod e tentas dormir e já está. Amanha logo se vê.
No dia a seguir, depois de uma volta alone pela aldeia (muito bonita e invulgar diga-se de passagem) decido dar uma oportunidade a este sítio e a esta gente que me fez vir de tão longe para aparentemente nada.

Falo com eles a sério e digo-lhes que isto é muito grave, e uma falta de respeito para o voluntário que teve que por dinheiro e tempo para esta experiência e que não podem pura e simplesmente deixar-me aqui sozinho sem nada para fazer. Assustam-se com o tom e o tipo de discurso. Prometem compensar-me, e que farão tudo aquilo que puderem para que os meus 15 dias com eles sejam de proveito para os dois lados.

Hoje (sábado) já estou há uma semana com eles. Tenho sobretudo visitado escolas, templos, sítios, famílias e não posso dizer que o tempo não tenha sido bem aproveitado. Estou em parte ainda chateado com eles, mas por outro lado tento aproveitar esta experiência de outra maneira. Sou o único estrangeiro no raio uns 50 km. O que no Nepal deve ser difícil de encontrar. As pessoas recebem-me bem por onde passo. Convidam-me a comer, beber e ate a dormir nos seus próprios abrigos.

Vejo insólitas cerimónias religiosas. Convidam-me a participar nelas. Os miúdos reúnem-se à porta da minha casa (entretanto já bastante mais limpa) cantam, dançam, brincam e sacam-te logo um grande sorriso logo pela manhã.
Hoje sábado levaram-me a um ciclo de documentários asiáticos e agora estão a escrever com uma paisagem indescritível à minha frente.

Começou mal, mas pode acabar bem e é nisso que tento por as minhas energias…Tal como dizem os anglo-saxónicos "Make the most of a bad situation".:-)

Abraço a todos


terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dharamsala, ou o "Pequeno Tibete"

Depois de Shimla (The little England) seguiu-se Dharamsala, mais conhecida por ser o pequeno tibet. Curioso que num pais que parece que nunca mais acaba e onde em todo o lado so ves multidoes, acabe por saltar de miniatura em miniatura.:-) Interessante jogo de palavras este ( Estou inspirado hoje!!!hehehe)

De resto, estou contente! A viagem tem corrido bem, tem havido alguns contratempos, mas ate agora tudo controlavel. Alias, sinto que ja apanhei os tempos e os ritmos deste sitio. Estou mais sereno e tranquilo.E isso ajuda num sitio onde tudo acontece ao mesmo tempo.
Por exemplo, saio de uma viagem interminavel de 12 horas e o ultimo que quero encontrar e' uma caotica estacao de autocarros.Mas nao ha como evitar.
Entao a estrategia e' a seguinte: desco do autocarro, vou em direccao ao bar mais proximo, peco uma cola, sento-me tranquilamente a olhar para absolutamente lado nenhum. Cedo vem em minha direccao uma horde de locais com propostas de hoteis, taxis, drogas, e nao sei que mais.
Nao me pronuncio. Entre eles devem travar alguns dialogos que nao devem andar longe de um: "olha mais um que veio sozinho para as indias e ficou maluco".
E resulta...em um par de minutos e' ve-los a perseguir outro turista stressado com o movimento a' sua volta e a proferir inuteis "no Thank you" numa infrutifera esperanca de afastar a multidao.
So depois de beber calmamente a minha coca cola, saco a guia, vejo onde vou ficar, tento orientar-me e la vou como estivesse em minha propria casa.
:-)

Mas voltemos as descricoes dos lugares. Passei dois dias em Dharamsala, mais propriamente Macleod Ganj, o retiro oficial do Dalai Lama.
Nota-se uma influencia do budismo aqui. E nao e' que goste mais de umas religioes que outras, ate porque sei muito pouco de cada uma delas.
Mas pelo menos posso assegurar que o clima que se vive numa cidade como esta, e' diferente. Mais relaxado, mais positivo, com mais sorrisos em cada cara que encontras.
Alias, nao tem sido nada dificil conhecer pessoas. E acho que o melhor de cada viagem acaba por ser as pessoas que conheces e as historias que estao por tras.
Talvez num sitio como este, onde de facto sentes a espiritualidade e a importancia de dar valor a outras coisas, que encontras mais gente naquela fase da vida das mudancas ou do querer dar um outro rumo a' vida ou ate em busca de algo mais, que nem elas sabem muito bem explicar.
No entanto, so ao ouvir cada uma destas historias ja dava para escrever um livro.Eu tambem tenho a minha historia, mas ainda nao vou falar disso.
:-)
Mas sei que nem sempre sera assim.Que tambem vai haver momentos de solidao, de tomar as refeicoes sozinho,de andar a deambular de sitio em sitio sem ter qualquer dialogo que nao seja um "no thanks" em resposta a mais um estimulo comercial proposto por agentes locais.
Mas de tudo se aprente. E de tudo se disfruta.
Amanha, preparo-me para uma verdadeira aventura. Mais precisamente esta (http://en.wikipedia.org/wiki/Leh-Manali_Highway)
Estou com uma pica!!!

Abraco

P.S- peco desculpa pela falta de pontuacao e' que realmente nao sei onde fica o que nestes teclados.

sábado, 5 de setembro de 2009

Índia - Uma outra cara, uma outra viagem

Deixando para trás essas duas referencias turísticas em qualquer viagem que se preze pelas terras das índias: entramos então na província do Rajastao, zonas antigas de marajás, fortalezas e fortes contrastes, que direi principalmente visuais. Jaipur, com um predominante rosa escuro, Jodhpur nuns tons azuis-claros e Jaisalmer nos seus amarelos-torrados, cores predominantes numa cidade com o deserto á porta.

Tem sido um sem parar. Comboios, pousadas, curry's, taxistas, fotos, viajantes...buff, em 5 dias demos uma volta interessante á Índia.

Acabei por conhecer certa parte da Índia em 15 dias, talvez a sua versão mais turística, mas sem por isso, uma zona bastante interessante.

Hoje, porem, a viagem muda de cara e de rumo.

Entrei nos Himalaias e a partir de agora farei o restante da viagem por minha conta.
Como porta de entrada, uma cidade no mínimo curiosa. De seu nome Shimla, este sítio foi utilizado em épocas do império inglês, como sítio de ferias e refúgio ao calor dos sítios mais a sul. Parece que estou em Nottingham.Ruas, casas e monumentos tipicamente ingleses, mais parece que por momentos estou de volta á Europa. Pura miragem....e ainda bem!!! :-)

Hoje pela noite estarei já a caminho de Dharamsala, o pequeno Tibete e sitio onde se encontra oficialmente o dalai Lama. Pode ser que se o encontre pela rua o convide para uma cerveja ou duas.

Ate já...

sábado, 29 de agosto de 2009

Entre Varanasi e Agra

Duas referencias em qualquer guia turístico sobre a índia.

Talvez caissem demasiado juntas neste planeamento de viagem, pois quaisquer das duas cidades merecessem mais disponibilidade não tanto física, mas mais a nível mental.

Não é fácil viajar pela índia. Cansa!

O calor, as pessoas, o caos na rua, as grandes distancias entre as cidades, as viagens nocturnas de comboio, o constante assedio dos taxistas, os olores, a desorganização visual que envolve caminhar pelas ruas. Tudo isto tem um preço.E é certamente um preço mais que justo a pagar pela visão de hoje.

O famosíssimo Taj Mahal!!!Vale a pena. Mais.... só por esta visão, já valeu a pena a viagem!!! :-)Enquadrado entre o rio e jardins, o monumento acaba por ser um oásis emocional a tudo aquilo que a Índia sugere. Paz, Tranquilidade e Sossego.Fiquei umas horas, principalmente para ver o cair da tarde, ao mesmo tempo que parecia que o Taj mudava de cor consoante a hora do dia.eE' impossivel ficar indiferente a estas coisas. Fechas os olhos, abres os olhos, ves o Taj Majal e ficas imediatamente impressionado. Fiz este exercicio vezes sem conta e em todas elas tive a mesma sensacao visual. Uauuuuuuu!!!Telmita, vale mesmo a pena!!!

Para trás, ficou Varanasi!!!! Buff, Varanasi....Nem sei ainda os adjectivos adequados para descrever este sítio. Espiritual, religioso, protocolar, certamente, mas e' bem mais que isso. Por outro lado, envolve um certo lado mais obscuro, mórbido ate.Certamente serão os meus padrões ocidentais a falar mais alto. E nem falo tanto das cremações em si, mas prefiro não entrar em detalhes que não seriam muito agradáveis de explicar.

Bom, por agora e tudo.Amanha Jaipur. Entramos já na província de Rajastan. Das mais pobres regiões na Índia e também terra de rajás e luxuosos palácios. O eterno contraste indiano!!!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Delhi:Esquemas, Friends and Faiths

Por mais que leias guias avisando-te da cena, acho que é praticamente impossível não cair na trama. Contratas um taxista, pões-te de acordo com os preços e com os sítios a onde te levar, quando já depois de uma conversa interessante sobre a Índia e muitas outras coisas, o homem começa a fazer-se perdido. Não conhece a rua, começa a deambular com o carro, por ruas menos aconselháveis, vai perguntado as pessoas que encontra….e claro, tudo isto ás 2h00 da manha faz-se com que comeces a ficar um pouco nervoso.
O homem, lá numa rua estranha, sai do carro encontra um “governamental” tourist office e pede ajudar. De lá dentro sai o gajo que fazia de Mafioso no Slumdog Millionaire dando já toda a pinta que estamos metidos num esquema.
Dizes que não, que já combinaste com amigos, do outro lado há um telefonema para o hotel que tínhamos a reserva onde nos dizem num perfeito inglês que esta tudo cheio e entra-te então a tentação de aceitar a proposta dos máfias.“Não, diz o Jeffrey, bora lá mas é ao nosso hotel e cagar nestes gajos.”Dizes mil vezes não, eles dizem 999 que não podemos ir lá, e há milésima vez para ai, convences o taxista e em 5 minutos estas a porta do teu hotel
.A primeira experiencia Indiana!!!Acordas tarde, e vês a luz do dia o caos que é Delhi e principalmente o caos que é a nossa rua. Paharganj! Vacas, merda, lixo, merda, caes, merda e lama. Ainda assim, tem a sua graça….ou se calhar sou eu, que ate gosto de sítios pouco higiénicos.
Decides não ir em táxis, motas improvisadas, bicicletas improvisadas e não sei mais o que tenha rodas, esteja improvisado e te ofereçam como meio de locomoção para o monumento mais próximo.Isto sim, estou aqui há 24 horas e já tenho mais amigos que em 30, perdão, 31(aiiii!!) anos de vida pelas Europas.
O que mais oiço aqui é um “allo, my friend”, “all my friend”.Trabalham todos para o Governo, que sendo de esquerdas e ate já coligou com os comunistas, ate faz algum sentido. O problema é que esse governo é mais um meio privado de sacar dinheiro aos turistas.Não são agressivos, nem nada que se parece. Ate são bastante amigáveis, chatos, mas amigáveis.
De resto de Delhi, retiro a experiencia que foi entrar no maior sítio de peregrinagem Sikh. É impossível ficar indiferente a tamanha demonstração de fé e espiritualidade.O melhor de Delhi ate agora, sem duvida….
Tomorrow, segundo dia em Delhi e partida em comboio nocturno para Varanasi, a capital das cerimónias religiosas na Índia.
Promete….”

terça-feira, 4 de agosto de 2009

vou de férias


Budapeste Agosto de 2009! Esta é a ultima viagem de trabalho antes das férias. Estou, como em bom português se diz, toda rota! Acho que nunca cheguei ao final de um ano de trabalho no estado lastimoso em que me encontro agora! Tenho um mau feitio que nao se aguenta, o corpo já apanha todas as doenças possíveis e imaginárias e à falta de coisas normais como ter febre, encho-me de borbulhas e manchas esquisitas na pele que nao têm qualquer tipo de explicação. Foi um ano duro em que tentei manter as coisas mais ou menos encarriladas sem menosprezar nada em particular, porque no fim de contas, tudo é importante. Consegui fazer um bom trabalho, consegui fazer a PG onde aprendi como nunca tinha aprendido em curso nenhum que tenha feito até hoje e consegui acabar com uma nota boa (mesmo que nao tenha sido o que eu esperava a verdade é que tb nao houve nota maior), consegui estar perto da minha familia (os meus pais que me desculpem os ataques de falta de paciencia, mas compensamos com a falta de paciencia que tiveram comigo na adolescencia ok?), dos meus amigos estejam eles onde estiverem por esse mundo fora. Fiz novas amizades que espero sinceramente que perdurem, algumas delas em contexto académico que passou rapidamente para o contexto pessoal, outras em trabalho que passaram também a fazer parte do album da "familia escolhida". São muitos os nomes, foram muitas as formas como cada pessoa deixou a sua marca e nas quais eu espero ter deixado um pouco de mim também. Foi um bom ano!
Agora vou de férias, 1 mês, nunca fiz isto antes. Fazer a viagem que tanto desejo há tantos anos! A viagem que sempre fez parte do meu imaginário e que vai finalmente ser verdade! Estou ansiosa, mas acima de tudo estou feliz! Estou feliz por sentir que é um objectivo cumprido, algo merecido, algo que traduz muito daquilo que sou e que vai marcar um momento importante da vida. Tenho a certeza que este outono para além de quente, como diz a minha chefe, vai também ser muito bom! Como o D. diz, o melhor ainda está para vir! Eu tenho a certeza disso! A. os sininhos vão tocar em Setembro, até ao final do ano, tudo aquilo que nao queremos estará bem longe e teremos tudo o que desejamos...nao apenas porque sim, mas porque trabalhámos muito para isto! todos nós, eu, os meus amigos, a minha familia, todos os que lêem este blogue feito num diário de viagens! Todos merecemos que a vida nos presenteie com as coisas boas que já nem sequer nos lembramos de um dia ter desejado! É com esta convicçao que encerro este ano (sou como os profs e estudantes, rejo-me pelo ano lectivo e nao pelo ano civil como a restante humanidade).
Deixem-me voltar de férias e vão ver!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

sabonetes e cheiros ou a felicidade de viver fora da UE



Este ano vim passar os primeiro dias oficiais de verão na Dinamarca. Está um sol que nunca mais acaba e habilito-me mesmo a chegar a Portugal com uma cor bem mais simpática do que aquela com que saí! É sempre um prazer vir ao norte da Europa ainda para mais com bom tempo.
A viagem começou em Copenhaga. É a segunda vez que estou na cidade mas agora tive uma enorme vantagem chamada carro. Não deixei de andar que nem uma doida, nos meus saltinhos altos o que dá sempre jeito, mas o boguinhas foi essencial (excepto aquela parte em que paguei 10 euros por 3 horas de parque de estacionamento) para conseguir ir até Cristiania.
Cristiania é uma "cidade" dentro de Copenhaga, com regras próprias e um ambiente muito...chamemos-lhe cool! O lema do sitio é: faz o que te apetece desde que aquilo que estás a fazer nao impeça o outro de fazer o que lhe apetece! Lá entrei eu nos meus saltinhos, num sitio com chão de terra batida e muitos buracos, povoado por pessoas que já nao tomam banho há uns tempos. Até aqui tudo bem, porque com o calor que está nem eu garanto que o meu cheiro seja sempre agradável. Lá fui eu mais para a frente e começaram a ver-se avisos de "no photo"...achei estranho, é um lugar público, mais ou menos turistico...e eis senão quando tudo começou a fazer sentido!
Logo ali estava uma banquinha a vender todos os acessórios fundamentais para quem quer passar um bocado bem passado à base de produtos naturais, quimicos ou assim assim! A seguir estava um senhor, já entradote que esta coisa da vida alternativa nao tem idades, com uma banquinha daquelas que costumamos ver nas feiras de gastronomia e artesanato, sendo que o conteudo da banquinha dele era...vá...sabonetes! de cor castanha e que emanavam um cheiro de atordoar qualquer um...claro que o cheiro vai aumentando consoante vamos avançando no caminho até chegarmos a um largo, que eu ingenuamente pensava que era o food court lá do sitio! De facto era um sitio para courtir...mas nao comida! aí sim, tive esperança que o D. Sebastião aparecesse! mas como eu própria estava limpinha que nem um anjo, nao vi nada, nada me apareceu à frente a não ser um sumo de laranja natural com o qual me passeei entre as ervas e que me soube pela vida...sim porque o sintoma da sede pelos vistos também chega apenas pelo aroma da coisa!
Depois de mais uma volta pelo bairro, e depois de ver a representação das alucinações que por ali se têm (primeira foto), lá decidi ir embora porque ainda me esperavam 200km de condução.
Mesmo a acabar, fui brindada com mais um detalhe simpático e que me fez rir: a julgar pela foto, eles sabem que lá fora (in)felizmente as regras são outras!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Quem Me Ajuda?



Tenho um problema (entre muitos outros) que me preocupa! Várias dificuldades de relacionamento interpessoal já me foram apontadas nestes ultimos tempos...aceito-as e tento sempre perceber porque reajo de determinada forma. Compreendo que sou brusca e segundo as palavras de alguns, muito exigente. É verdade, sou exigente, é verdade, falta-me a paciência para a ignorância, incompetência e preguiça, é verdade, por vezes sou agressiva.
Se em relação a este terceiro ponto tenho feito muitos esforços (tenho inclusivamente um papel na parede do escritório em que trabalho com a frase: Tira as Pedras das Mãos, escrita com a minha letra depois da I. me apontar esse defeito) e tenho tido algum sucesso, já relativamente aos dois primeiros pontos, sinto-me muito perdida.
Como deixar de ser exigente (não estou a falar de exigir aos outros aquilo que eu dou/sei mas sim exigir-lhes aquilo que é seu dever dar/saber) e não passar a fazer parte do sistema e ser mais um promotor da mediocridade? Como deixar de ser exigente e compactuar com a promoçao da pequenez intelectual? Parece-me isto um pedido descabido, mas infelizmente recorrente!
O que sinto é que quem faz o que lhe compete entre dificuldades e tropeções é visto como esforçado, trabalhador, mesmo com limitações lá vai andando! É isto que se ouve, sempre reforços positivos. Quem tenta fazer as coisas sem erros, de forma ponderada, racional, exigente consigo e com os outros, é visto, não como esforçado, não como competente, não como profissional, mas como "demasiado exigente", "demasiado profissional", "demasiado rápido", demasiado, demasiado demasiado! É possível ser demasiado profissional? É possivel ser demasiado rápido? É possível ser demasiado perspicaz? Demasiado competente como já ouvi um dia? mas em que género de sociedade vivemos nós? Porque é que os outros levam reforços positivos e eu só levo paulada?
Compreendo que tenhamos que ajudar quem precisa, então mas e eu? Aparentemente também nao estou bem e ninguém me ajuda! Quem me ajuda a ter mais paciencia? Quem me ajuda a não esperar que os outros façam como eu e tentem fazer o melhor que conseguem? Quem me ajuda a compreender que ser exigente connosco próprios e com os outros é um defeito e não algo que me deva orgulhar? Quem me ajuda a mim? Quem me ajuda a esquecer que se deixar de agir assim vou passar a ser cúmplice deste portugal dos pequeninos, deste estado das coisas. Quem me ajuda a nao me sentir culpada por nao contribuir para evolução da sociedade?
Eu nao me estou a por num nível superior, eu sou apenas mediana. Não sou brilhante em nada do que faço, não sou especialmente inteligente e sou muito pouco esperta! Não é preciso sequer ser brilhante para ficar de lado, basta-nos ser exactamente aquilo que devemos ser e pronto...o caldo já está entornado!
Vou continuar a tentar ser mais calma, mais tolerante, menos agressiva, mais ponderada nas observações que faço e em todos os minutos em que seuqre pensar em abrir a boca. Mas não me peçam para desaprender tudo e me tornar em mais uma ovelha, no meio deste sistema que apenas priveligia os medíocres e põe de lado os apenas medianos! E depois ainda se admiram com a "fuga dos cérebros"...eu que sou uma parola já fico aterrada com isto, imagino se fosse de facto alguma coisa de jeito!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mudança da folha


Destino: Noruega! É talvez dos sitios onde gosto mais de ir, neste dia-a-dia de aeroportos, aviões que às vezes abanam, hoteis impessoais e lojas todas iguais, a Noruega é um país que continua a fascinar-me, pelas pessoas, pelos sitios mas acima de tudo pela energia de estar num sitio e querer de facto lá estar! nao querer estar noutro local qualquer! Às vezes acontece, quando se viaja tanto, se calhar demais, queremos estar em casa, queremos estar com os amigos, queremos estar com a familia, queremos nao estar....o que for...tudo menos estar onde estamos com quem estamos a fazer o que fazemos! Na Noruega é diferente! É mesmo bom estar ali, eu quero estar ali! Mais uma vez fiz uma volta pela costa oeste de Stavanger até Bergen! Linda costa oeste, maravilhosa Bergen! Apesar do cieiro que me foi destruindo nao só o sorriso como a vontade de comer gelados, estar em Bergen foi uma espécie de chuva de estrelas (nao no sentido televisivo do termo)...a sensação ao andar pelas ruas, ou conduzir entre montanhas e atravessar lagos, é a de que vai caindo em cima da minha cabeça uma chuva miuda de estrelas brilhantes como que a dizer: és sempre bem vinda! Existe essa harmonia, esse equilibrio quando estou lá...existe esse sentimento de pertença!
Desta vez senti uma urgência de aproveitar esse sentimento! Vivi a alegria de ter o enorme privilégio de conhecer um sitio assim...senti que talvez fosse a ultima vez que estaria ali, pelo menos nas mesmas condições, mas que isso nao era triste!
Os trilhos que vamos marcando nos sitios onde andamos, ficam por lá em parte, outra parte trazemos connosco! Esta viagem deixei muito mais do que trouxe (e olhem que trouxe mesmo muito). Deixei um percurso para voltar a fazer, deixei os meus olhos no mar, deixei a minha pele na floresta, tudo à espera de um regresso! vou voltar com outra bagagem, com outra companhia, com outro mapa, com outro guia...e é esse desconhecido, do que que trarei comigo nessa altura, do que serei nessa altura, que me dá este frio na barriga...estas borboletas que batem as asas sem cessar aqui na zona do estomago! saber que nao se sabe e, tal como diz o J., nao ter medo! Finalmente não ter medo de não saber. Nao sei o que vai ser o futuro, imagino que vai ser diferente mas tenho a certeza que vai ser bom! Nao vou dizer se espero que seja melhor ou pior. Não há melhor nem pior, nem perder nem ganhar, quando falamos da nossa vida, de nós. Tudo conta, todas as acções, todas as pessoas, todos os sitios e todas as situações entram nesta imensa conta de somar! No final de cada etapa temos o muito do que fomos somando e o resultado dessa aritmética só depende de nós próprios.
Por isso, este é o momento da urgência, da urgência das contas de somar, sim, porque se é para mudar de folha, entao que o balanço vá bem positivo! que se mude de folha porque se chegou ao fim das linhas da anterior e nao porque as contas estavam a dar mal! que se mude de folha para continuar a somar e para que no fim, lá bem longe, ao rever "a escrita" o saldo seja sempre positivo!
Foi neste espirito a que chamo "mudança da folha", que encontrei uma Noruega cheinha de novos rebentos, de folhas novas a nascer nas arvores, cheia de esperança, toda ela preparada para um novo ano....

terça-feira, 28 de abril de 2009

Milao e o Tiramisu


Acabei de chegar de Milao, essa bela localidade! A cidade da magnifica Duomo Milano, dos gelados, pasta, pizza, tiramisu e tb, a cidade dos automobilistas doidos! Nao param nos stops, nao param nos semáforos vermelhos, nao param para deixar passar um peão. Por outro lado cheguei à conclusão que tb os peões são doidos porque se mandam para a estrada, sabendo à partida os hábitos que têm quando estão atrás de um volante. No entanto nunca vi nenhum acidente e parece que todos se entendem perfeitamente sem regras. Os italianos têm esta coisa de saber viver na confusão! Esta semana é uma das duas semanas mais movimentadas do ano. As ruas estao cheias, os carros estacionados são decorados com garrafas de cerveja vazias. As pessoas dormem no chão ou pelo menos, estendem-se pelo chão. Falam alto e gesticulam, mais do que no resto do ano! a sensação de euforia é generalizada às pessoas de mais idade que das varandas das suas casas antigas da via Tortona, vêem toda aquela amálgama de culturas a passear na rua cá em baixo. Tiram fotografias e sorriem. Noutra qq época do ano, chamavam a polícia ou conotavam os mesmos foliões de delinquentes. Mas nesta semana tudo é perdoado, tudo é permitido! A cidade dá aos visitantes e habitantes o que estes dão à cidade.
Sabemos que só temos aquilo que damos, só recebemos de algo ou de alguém aquilo que estamos dispostos a dar. As cidades são assim, como as pessoas. Só nos dão algo na mesma proporção com que nos entregamos a elas. Desta vez entreguei-me a Milão!
Entreguei o meu desespero de nao conseguir encontrar um taxi para voltar ao hotel. Ao fim de uma hora e um quarto a esticar o dedo e a telefonar para todas as empresas de taxi da cidade, eu e a A. encontrámos um jovem, assim a atirar para o deus grego, que do próprio telefone ligou ao taxista particular que nos veio buscar à porta da sua casa apalaçada, sem perguntas, sem precalços! Simplesmente porque foi boa pessoa, chamava-se Filipe.
Entreguei-me a Milao quando, no fim de fazer alguns km a correr atrás de um panda japonês tentando nao perder de vista nem o panda nem os 3 porta chaves que vinham atrás de mim (I. D. e RM.), no fim de atropelar 3 pessoas com o troley do meu computador e de uma dessas pessoas ter estado a um micro segundo de me bater, e com toda a razão, lá arranjámos um restaurante onde numa mesa de 4 coubemos 5 apertadinhos. Veio a comida e todos nos entregámos à degustação. No final de uma refeição maravilhosa veio o impensável: O tiramisu! foi o melhor tiramisu de sempre, sem qualquer comparação nem sombra de dúvidas! Era tao bom que só me deu para dizer: é tao bom que até tenho vontade de chorar!
Entreguei-me ao convívio e durante os jantares ri-me tanto que quase fazia algo pelas pernas abaixo! As mesas ao lado apenas nos fitavam com um ar entre a curiosidade e a vontade de se juntar à boa disposição. Entreguei-me às relações entre as pessoas, mesmo aquelas cujo contacto é tao pouco frequente, e tive agradáveis conversas com quase desconhecidos.
Desta vez curti Milao, curti a cidade, curti as pessoas, gozei e diverti-me! Encarei a coisa nao como um frete mas como um tempo que tinha que aproveitar! Correu bem, a cidade respondeu com a mesma emoção que lhe entreguei!
E isto deixou-me a pensar agora que voltei! Se uma cidade cinzenta, poluída, antipática, pode tornar-se uma fonte de energia, de inspiração, apenas por olhar para ela e interagir com ela de forma diferente, porque não as pessoas? Aquelas pessoas com as quais nao consigo relacionar-me, com quem tenho anti corpos, que acho que me tratam mal, nao estarão apenas a dar aquilo que eu lhes dou? Não me estão a tratar de forma antipática, poluída e cinzenta, porque eu olho para elas como um frete? e se olhar para essas pessoas como alguém com quem tenho que estar e apenas aproveitar esses momentos? Tornar-se-ão essas pessoas, uma espécie de fonte de energia e inspiração, tal como Milão?
Se assim for, que venha o tiramisu pois eu volto a chorar outra vez quando o comer!

domingo, 19 de abril de 2009

Am I a Freak?


Na sexta feira tivemos uma aula engraçada. O desafio era identificar a curva da nossa vida relativa aos momentos de maior e menos criatividade. 1º conclusão, os picos (altos e baixo) de criatividade estao directamente relacionados com os momentos de maior e menor felicidade na vida! Até aqui, toda a gente na turma estava em sintonia! Depois passámos à análise dos momentos identificados. começou a C. a falar, e os momentos de criatividade dela estavam directamente e apenas relacionados com o trabalho/projecto que tinha num dado momento. Segui-se o Z.P. e a mesma coisa aconteceu....estranho, disse eu ao professor, os meus momentos de criatividade estão relacionados com factos da minha vida pessoal e nao profissional, sou eu que sou estranha? a resposta do professor nao foi muito clara mas a situação deixou-me apreensiva. a questão é: serei boa profissional? estarei a subvalorizar o lado profissional da minha vida? não é uma questao de juizo de valor, porque tanto acho brilhante uma pessoa bem sucedida a nivel profissional, como uma pessoa que opta pela vida pessoal e familiar. a questao aqui residia no facto de eu nunca ter pensado no assunto e me ter assumido deste sempre uma pessoa "career oriented"...ppenso que descobri naquele momento algo muito importante acerca de mim...
No intervalo fiquei a conversar com o Z.P. e fomos mais dentro no assunto. os momentos de criatividade e felicidade dele estavam sempre relacionados com o inicio de um novo projecto. em geral é isto que acontece com toda a gente, daí se falar em "entusiasmo inicial" e o tédio da rotina quando já se tem controlo sobre a situação. Ao analisar os meus momentos e o meu comportamento, cheguei à conclusão que os meus momentos de criatividade mais baixos são exactamente no inicio de um novo projecto. depois, ao conversarmos mais um pouco, percebi o porquê: falta de controlo. no meu caso, só consigo ser criativa, estar entusiasmada com algo, arriscar, fazer loucuras, quando controlo a situação, quando domino o contexto. esta necessidade de controlo, inerente a qualquer ser humano, é para mim um requisito para ser feliz e consequentemente, criativa! sou criativa no trabalho quando a minha vida pessoal corre sobre rodas! sou criativa na minha vida pessoal quando a minha vida profissional corre sobre rodas também. portanto em cada inicio de novo projecto/trabalho, fico basicamente e portuguesmente falando, atrapalhada, pouco criativa, nao arrisco e sou uma pessoa de missões: faço o que me mandam e faço-o bem!
a conclusão a que cheguei foi:
1º - serei boa profissional enquanto for boa T. e serei boa T. enquanto a minha vida profissional correr bem! é um equilibrio, nem muito para um lado nem muito para o outro! as minhas duas vidas equilibram-se e isso é bom!
2º - todos os patrões que me contratarem terão que esperar 1 ano (pelo menos) para verdadeiramente saberem como eu sou a trabalhar
3º - quando finalmente estou a ser criativa e altamente produtiva em alguma função, tenho tendência a pegar na trouxa e ir embora...esta é a minha nova admiração, nao sei o porque é que quando estou no meu melhor a coisa começa a deixar de ter graça...
se alguém me conseguir explicar o que se passa na minha cabeça nestes momentos, eu agradeço!
4º - e última conclusão, a rotina para mim nao é um inimigo porque aparentemente a rotina nao existe...quando ela se começa a instalar é quando as minhas fases criativas começam a emergir!
tendo consciência deste processo mental, acho que vou aproveitar muito melhor a vida a partir de agora!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Nem aqui Nem ali, é o título de um livro de um dos meus escritores preferidos no momento: Bill Bryson. O livro, bem como o seu título, juntamente com o bichinho e o empurrão das minhas amigas A. e A. fizeram com que este diário acontecesse. Como nao me quis apropriar completamente desta fonte de inspiração decidi alterar um pouco o nome e espero conseguir manter este espaço, nao apenas com as histórias das viagens que vou fazendo, como também com algumas reflexões, admirações e indignações (e outras coisas mais acabadas em ões como bicicleta e alcatruz...). Mãos à obra!
T.