atelier de brinquedos em telheiras

no fim de semana passado continuei a dar seguimento a um dos pontos da To Do List. devo confessar que nao me importava nada de me levantar todos os dias e fazer isto! os aeroportos deste mundo que me perdoem, mas há coisas que me dão muito mais gozo.
e o melhor de tudo é que consegui partilhar este momento com grandes amigos e seus rebentos! foi mesmo muito bom! venham mais...2011 vai ser um ano em grande.

porque é que corre bem?

estou am aarhus, na dinamarca. neva sem parar. está um frio de rachar. mas mesmo assim, apesar da pouca vontade de vir, quando cheguei e vi algumas caras conhecidas, foi como se a neve derretesse e uma brisa vinda do deserto quente soprasse. é bom ter pessoas que nos fazem sentir em casa. que nao esperam de nós mais do que aquilo que queremos dar e que nos procuram sem interesse nenhum em especial a nao ser a nossa companhia. gosto desse sentimento. gosto de sentir que sou mais uma do grupo, que faço parte de algo. chegar aqui, ao contrário do que se possa pensar, foi muito simples. bastou-me ser eu própria e agir como fui ensinada, nao por nenhum chefe, mas sim pelos meus pais, esses sim os verdadeiros lideres. tratar toda a gente bem e com delicadeza, ser franca e honesta, ser simpática e afável quando se gosta e cordial quando nao se gosta tanto. anos e anos deste discurso deram os frutos que colho hoje. estas coisas nao se aprendem na escola nem em nenhum emprego. são-se. eu sou como sou e pelos vistos isso dá bons resultados. o melhor dos resultados é o facto de pessoas com quem perdi o contacto profissional, serem agora ainda mais proximas pessoalmente. gosto de pensar, que um dia, quando me for embora, posso continuar a contar com um grupo de amigos que me pode dar guarida desde muscat até aarhus, passando por beirut, nicosia, budapeste, etc. nao por uma questao de interesse mercantilista de nenhuma das partes, apenas porque de ambas as partes há o interesse genuino da companhia do outro. se tenho coisas a agradecer ao universo, esta é uma delas...thanks guys and see you next time!

mohamed tem binóculos?

estava a esquecer-me de outra coisa interessante que aconteceu hoje. estávamos nós na piscina quando o P. decidiu pedir um gin tónico. o empregado solicito foi logo a correr e passados poucos minutos chegou com uma água tónica num balde de gelo (desporporcionalmente grande para a pequena lata que estava lá dentro). o P. olhou e perguntou: entao e o gin? e o empregado: gin? o que é gin? e o P.: gin! gordons...gordons gin? entao o empregado decorou aquele nome e voltou ao bar da piscina. quando veio ao pé de nós outra vez lá disse num sussurro (naao fosse o Todo Poderoso ouvir a sugestão diabólica que nos estava a dar): parece que isso que o senhor pediu é alcool! e como é alcool nao pode ser servido aqui fora...se quiser vá lá dentro ao restaurante do hotel que eles lá podem servir. aqui fora é que não....eu e o P. olhámos um para o outro com cara de parvos e nao fomos beber alcool para baixo de tecto nenhum.
Ao contar isto ao M. é que ele me deu a solução do enigma....é que na rua Mohamed podia ver...assim debaixo de telha, pode ser que os seus super binóculos nao tenham visão raio X ehehehehehehe

policia no deserto ou como nao provocar respirando baixinho...

incrivel....estou num hotel no kuwait. cheio de ocidentais, com piscina e um pedacinho de praia mais ou menos privada. mais ou menos porque quem nao está no hotel nao consegue "estacionar" no areal mas, por mar, consegue chegar á zona do hotel. pois é...está um calor que nao se pode e eu e o P., como tinhamos um dia off hoje, resolvemos ficar pelo hotel e mergulhar nas aguas do golfo pérsico e nas da piscina (para refrescar dos 40 graus que se fazem sentir). obviamente que nao trouxe um "burquini" por isso andei todo o dia no meu fato de banho ocidental. enquanto o P. estava ao meu lado era fácil e nada preocupante passear-me pela areia ou pela bordinha da piscina, mas a meio da tarde tive uma ideia....ir até à praia dar mais um mergulho de mar (tao salgado que nem dá para nadar e com a agua mais quente que um dos chás que ando a beber por ter perdido a voz). a ideia tornou-se estupida porque decidi ir sozinha. quando dei por mim, estava a outra metade da praia (nao privada) a olhar na minha direcção e ao meu lado já estava estacionado um policia. nao percebi se para me proteger, se para me "observar" e quem sabe contabilizar quantos camelos é que podia pagar por mim....senti medo, muito medo...e vergonha por ter sido tao otária....afinal, em roma sê romano! porque é que eu acho que só por estar a pagar uma bela conta de hotel, tenho direito a um bocadinho de ocidente aqui no meio do deserto? mentira...nao tenho bocadinho de ocidente nenhum...é apenas mais uma miragem de ocidente como o são os shoppings e as grandes cadeias globais (macnhac e outros que tais...sim, porque uma coisa é andar aos tiros com os americanos, outra é comer a comidinha saudavel que eles inventaram)!
hoje perguntaram-me: estás a gostar de estar aí? a minha resposta é: nao é bem gostar, é mais nao me importar! desde que nao provoque, nada me acontece...mas para eles, ás vezes só a maneira de nós respirarmos já é provocaçao suficiente...enfim...desta vez abusei mas prometo nao voltar a fazer! foi sem querer...

Férias na Escócia e alguns pensamentos soltos

As férias de 2010 foram passadas, mais uma vez, no frio! :) já vem sendo um hábito e depois de sitios como NZ, NO e DK, lá fomos nós para as Highlands.
Sobre os escoceses não há muito a dizer...a interacção com eles nao foi assim muita. Deu para perceber que a população é muito idosa. o que é estranho porque pensava que os escoceses reformados estivessem todos no algarve...mas afinal não. há uns que preferem ficar nos "glen" e nos "ben" e nos "fort" e nos "inver" lá do sitio. fazem eles muito bem porque de facto é um país lindo!
Mas aquela amostra de população faz-nos pensar em algo que gerou alguma discussão dentro do nosso mini carro e ainda a propósito da ultima decisão de Sarkozy(sempre cómicas as decisões deste senhor) relativamente á comunidade cigana residente em França. Ora, se na Europa nao estamos a ter/fazer filhos e temos um problema de natalidade grave, mas no entanto vemos as comunidades ciganas, islamicas, hindus, whatever, terem filhos em quantidades muito generosas e manterem as suas tradições e a auto sustentabilidade das suas comunidades, isso quer dizer que daqui a alguns/poucos anos, a Europa terá uma maioria de cidadãos não "arianos/europeus" (seja lá o que isso for) ou seja, nao originários do espaço europeu mas sim de uma qualquer etnia que hoje em dia muitos querem extraditar pois sao fonte de criminalidade (ouvi no outro dia o ministro dos negocios estrangeiros frances a dizer que 15% da criminalidade em frança era iniciada por pessoas da etnia cigana.a minha questão é: para onde é que ele extradita os outros 85% de casos?). Ora onde é que eu ia? pois, se a maioria das pessoas daqui a uns anos vao ser aquelas vistas como o inimigo hoje em dia e se essa maioria vai estar instalada de pleno direito no território europeu e se é essa maioria que vota...em que situação ficarão os "europeus/arianos" de hoje? que alianças se vão gerar, quem terá o poder no mundo? como será o mundo ocidental? quem será o inimigo? o inimigo dessa época será tratado da mesma forma que o inimigo dos nossos dias? será que podemos continuar a dizer: que sorte tive em nascer do lado certo do mundo? bom...quem souber as respostas que dê uns palpites...eu já tou como o M. "há aqui uma equação que não fecha". tá visto que vai haver mudanças e grandes, mas ao menos que fosse já...para nao fazermos muito mais disparates!
depois destes pensamentos atirados para o ar, aqui ficam umas fotos das terras altas :)

Primeiros passos

Primeiros passos para cumprir um dos pontos da To Do List de T.:

"DESPORTO - Yoga em família no Ginásio Clube de Tomar

Yoga na infância e em família foi a actividade que o Ginásio Clube de Tomar, realizou nos pavilhões da FAI. Esta iniciativa foi dinamizada por três elementos que contam com uma grande experiência na modalidade, casos de Telma, Rita e Ana. Foi um importante momento na indispensável relação entre pais e filhos e avós e netos!
As crianças envolvidas tinham entre 9 meses e oito anos, tendo sido divididas em dois grupos distintos com actividades também elas distintas. Os receios iniciais ficaram para trás e, gradualmente, adultos e crianças desprenderam-se envolvendo-se numa cumplicidade que... só visto! No final o balanço foi muito positivo e será uma actividade a repetir brevemente." in www.radiohertz.pt

cabeças inchadas?

estou um bocado irritada! já tentei falar mas mesmo assim estou engasgada! eu nao peço muito, só peço que à minha volta haja uma maioria de gente inteligente para que eu possa evoluir e crescer seguindo os seus passos! ora pois, nao é o que se passa! o que torna o esforço de crescer, muito maior do que seria de esperar. o pior é que quando olho à volta percebo porque é que Portugal vai ter uma crescimento previsivel (se formos optimistas) de menos de 2% ao ano nos próximos anos. é natural! aliás, até nem é grave, porque pela forma de ver as coisas, como não é novidade o facto de termos problemas estruturais no país, então quer dizer que nao há razões para nos preocuparmos e muito menos de fazermos alguma coisa para os corrigirmos....apenas vamos tapando uns buracos aqui e ali para que nao pareça tao mal! e se alguém houver, que nos venha dizer: olha que isso está mal! então aí sim, podemos e temos o direito de lhes cairmos em cima e dizer: voces estão a atacar-nos como cães, nao veem que estamos mal? nao sabem que isto é uma situação conhecida de todos? nao veem que somos uns coitadinhos sem grandes condições de melhorar? parem de nos atacar e deixem-nos ser mediocres, pequeninos, pouquinhos e degraçadinhos à nossa vontade! nao conseguimos fazer melhor e quem nos ataca nao sabe a situação em que vivemos...exige algo que nao podemos dar!
por outro lado, se da parte do interlocutor só houver riso, indiferença ou mesmo gozo pela situação em que vivemos, também podemos dizer: voces estão a atacar-nos como cães, nós aqui coitadinhos a fazer o esforço e voces só sabem rir e gozar! essa nao é a atitude! a atitude neste momento é de luta, de querer que as coisas mudem, melhorem! olhem para eles, a fazer troça de nós, coitadinhos, aqui a sofrermos tanto e sem ajuda de ninguém. quem mais podia ajudar é quem menos nos liga! numa altura em que todo o apoio é pouco, em que todo eforço é bem vindo, só nós dão é escárnio e mal dizer.
pois é....e assim vamos andando, tanto em Portugal como no que vejo mais perto de mim. de desculpa em desculpa até à derrocada final!
porque é que nasci num país de cabeças tao pequeninas? foi o sol que as encolheu? e a minha cabeça? é micro ou está inchada do calor?
nao entendo! juro que nao entendo!

a questão...

- as pessoas colocam o seu dinheiro nos bancos
- os bancos investem mal o dinheiro das pessoas que neles depositam as suas poupanças
- quando se percebeu isto pediram ajuda ao estado
- o estado ajudou entregando-lhes quantias avultadas de dinheiro, pago pelos contribuintes, que sao tb as pessoas que tem dinheiro depositado nos bancos
- o estado ficou em maus lençois (sem dinheiro dos contribuintes)
- o estado precisa da ajuda de todos os intervenientes na economia portuguesa
- os bancos dizem: sr estado, o sr geriu mal o seu dinheiro, tem que reduzir a despesa, e agora para aprender a ter maneiras, nós vamos fechar a torneira e nao lhe vamos emprestar mais dinheiro (dinheiro das pessoas que lá depositam poupanças e também do contribuinte que emprestou dinheiro ao estado, para que este ajudasse os bancos que agora lhe viram as costas)
- e estado fica sem financiamento para a recuperação economica porque já nao há dinheiro (seja do poupado, seja do contribuinte)
- preve-se entao que a solução inteligente seja aumentar ainda mais os impostos para ir buscar mais dinheiro, onde já há muito está a escassiar

a minha questão é: há alguma hipotese de nao ser sempre eu a ficar lixada? dá para variar de alvo? ou será melhor abrir um banco?

lavatórios e aquecedores

viajar com o meu colega pedro é divertido, produtivo e previsivel: 2 em cada 3 vezes ficamos sem malas no primeiro dia de viagem! do oman à noruega...nao há sitio onde nao tenhamos já ficado a lavar cuecas no lavatório e secá-las nos secadores de cabelo ou aquecedores de cabelo (dependendo do pais onde fomos parar)! pelo menos uma coisa boa tem, no primeiro dia sem malas nao temos trabalho a escolher a roupa que vamos vestir!
estamos na noruega, tá um frio de rachar, é tarde! a unica coisa que me apetece dizer é: nao me pagam para isto!

Portugal é um País Fantástico

Oi

Novas da terra do Tio Sam.

Hoje aconteceu-me uma daquelas coisas que acontecem às vezes: foi-me proposto viver mais uma daquelas coisas que se podem etiquetar como o American Dream! É daquelas coisas que nós pensamos, mas quando as coisas batem na porta, e temos de tomar decisões sobre as coisas, a coisa complica-se.

Have fun...

Marco

PS: quando tiver novidades sobre estas coisas aviso...

Solte-se

Regressada de Colónia, onde faz um frio que nao tem explicação, cá estou eu nesta magnifica Lisboa, que, nao sendo a minha terra natal, é aquela que me dá o conforto da chegada!
Os dias na Alemanha passaram serenos, longe da angustia a que os ultimos 3 anos me habituaram. O ambiente frio de um país do centro da europa, associado a uma tarefa árdua e às vezes um pouco inglória contra o tempo, faziam prever uma temporada dificil e sem muitas gargalhadas. Mas, como as surpresas estão em cada esquina, o que aconteceu foi o oposto. As pessoas que pensamos nao terem nada para mostrar, serem ocas por dentro, vazias de humor e de espirito, acabam por nos dar bofetadas de luva branca quando nos brindam com a presença da sua alma. Quando, ao soar de um pedido, realmente se soltam e mostram que são mais do que soldadinhos de chumbo no quadro de guerra.
A verdade é que às vezes o preconceito mata uma relação que nem chega a nascer. Não damos aos outros o tempo que eles precisam para abrir a concha. E como nao lhes damos tempo, ou achamos que o tempo dos outros é igual ao nosso, rotulamos de imediato com algo que nao queremos para nós. Aceito que agi desta forma e que erradamente fiz julgamentos precipitados. Durante estes dias ouvi algo como: se calhar temos que ser nós a puxar por ele...ao que eu respondi interiormente: ao fim de um ano? puxar por ele? já é grandinho, deve fazer um esforço para se integrar, eu estou bem, ele é que não. Mas enfim, como ultimamente me tem dado para ser um pouco mais tolerante, mais paciente, e como diz a minha mãe, melhor pessoa (isto ouvido de uma mãe também tem que se lhe diga) lá dei a tal abébia e entrei numa de "puxar a personagem". E o que saiu da caixa de pandora foi literalmente de ir às lágrimas de tanto rir! O rapaz soltou-se mesmo! e não só se soltou com os colegas, como também saltou para cima das mesas, dançou como o M.J. fez rir, riu de si próprio e dos outros e foi em geral uma boa companhia, mesmo com os seus habitos de levantar às 5 e meia da manhã e adormecer em pleno jantar lá por volta das 10 e meia da noite! Não estou a eleger um novo maior amigo! Nada disso. Estou apenas a constatar que o preconceito é mau, só nos ajuda a ficar mais pobres de espirito e a recusar à partida uma ciencia que desconhecemos (como diria a taróloga Maya aqui há uns anos!).
Vivendo e aprendendo. Esta lição é bem antiga, mas, não sei porquê, é daquelas que de quando em vez, sai da nossa memória!