segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Até que enfim...

Hoje, ao conversar com o meu amigo Z. P. tive a oportunidade de perceber a dimensão da serenidade que atingiu a minha praia. Depois de algumas tempestades, que coincidiram com o regresso do paraiso, aqui estou, perante uma série de adversidades, mas com a maior certeza que já tive desde sempre. Mesmo com pessoas a tentarem perturbar este equilibrio que me bateu à porta e ao qual disse sim, podes entrar. Por isso, estou serena. Quando verbalizo os projectos, não os planos porque esses nao existem nem estao sequer materializados na minha imaginação, mas os projectos, os próximos passos, tudo me parece completamente cheio de lógica. A sensação que tenho é que demorei 31 anos a chegar aqui e vivi estes 31 anos exactamente para estar neste momento, neste preciso ponto em que me encontro. Todas as experiencias por que passei, todos os desafios, todas as provas (superadas ou não) tiveram um objectivo, que é o desta certeza absoluta de que finalmente estou no vento certo.
Estas férias foram pródigas em dar-me este tipo de sensação, os conselhos ternos do M. também o foram. É bom termos anjos no nosso caminho, é bom deixarmo-nos levar pelo vento e fazer as coisas quando achamos que devemos fazer e não quando a lógica e a "normalidade" dos outros nos permitem fazer. Realizar sonhos é possível e é para isso que vivemos, que trabalhamos, que muitas vezes nos sacrificamos.
A comunhao profunda com a natureza, a todos os níveis, ensinou-me que devemos seguir o nosso ritmo e o nosso instinto. Se o nosso grilo nos diz: vai por ali, faz isto, nao faças aquilo, devemos ouvi-lo e segui-lo mesmo que nos pareça um completo disparate! ou que nos pareça que não vamos conseguir ou nao temos condições para realizar.
A vozinha na minha cabeça diz-me: tudo faz sentido e por isso só pode correr bem!
Tal como aconteceu nas férias, quando há sinais que nos dizem para nao fazermos um trilho e nós os ignoramos, mais á frente vamos dar conta que nos esquecemos de coisas importantes, como trocar de botas, levar água, levar máquina fotográfica. Depois acabamos por perder o trilho logo ali a meio caminho e voltamos para trás em grande frustração. O caminho nao era suposto fazer desde o momento em que nao achamos sequer a estrada de acesso para ele...insistimos, e depois lá estava o destino a dizer: meninos, vão embora que isto aqui nao é para vocês!
Com a vida é o mesmo, vamos seguir os sinais...se insistimos tantas vezes e nos metemos nas mesmas situações: menina, vai embora que isto aqui não é para ti!
Se pelo contrário, quando nao insistimos e as coisas de que gostamos vêm ter connosco naturalmente, então, de que esperamos? Bora lá! Por muito medo que haja, vamos em frente que atrás vem gente!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Portugal é um País fantástico!

Meus caros,

Mais novas da terra do Tio SAM!

No outro dia vi um casal Amish, por volta dos seus 50 anos, vestidos a rigor, no metropolitano!
Ainda estou a processar esta informação. Não é facil...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Portugal é um País fantástico!

Meus Caros

Aqui nas terras do Tio SAM existem muitas coisas diferentes de Portugal...

Por exemplo a burocracia. Ontem estive "apenas" uma hora e meia à espera de vez para tirar o cartão da segurança social. De notar que se tratava de um evento especial, visto que as Sras. funcionárias públicas se deslocaram ao MIT para o efeito.
À boa maneira Americana estavam 6 funcionárias públicas para tratar do assunto destes alunos do MIT que não nasceram nesta terra abençoada por Deus. Bom, seis parece um número razoável considerando que éramos poucos alunos na fila, não mais de trinta...
Aquela hora e meia de espera deu para compreender o modus operandi: na entrada da sala estava um placar com toda a informação que precisávamos de saber: que documentação apresentar, se tínhamos fotocópias dos originais dos mesmos documentos e as indicações de que iríamos receber o cartão em casa. Ao entrar na sala estavam 3 funcionárias a tratar de saber se tínhamos lido o placar da entrada e se de facto estava tudo conforme. Reparem, estavam 3 funcionárias só para verificar se a documentação estava em ordem. Pensámos erradamente: vai ser rápido... Afinal se está tudo em ordem é só entregar a documentação e já está!!! Pois...
Em vez de senhas de espera o sistema de espera era ligeiramente diferente do habitual: uma serie de filas de cadeiras e de cada vez que a fila da frente era despachada, nós avançávamos nas cadeiras. Avançar, avançar mas lentamente: se estavam três funcionárias na recepção a controlar se estávamos todos com a documentação correcta, estavam apenas duas efectivamente a trabalhar... Isto porque a terceira esteve ausente a maioria do tempo em que estivemos na fila. Enquanto estávamos a esperar, íamos vendo uns alunos que entravam na sala e se dirigiam directamente a essas duas senhoras... começamos a perceber que iam entregar documentos que faltavam... O facto de estar um placar na entrada e 3 funcionárias a verificar se a documentação estava em ordem afinal... Foi só uma hora e meia e estivemos sempre a ouvir as 3 senhoras da porta na conversa... Ah! E recebemos o cartão em apenas 3 semanas.
As funcionárias, à parte de falarem Amaricano, parecem exactamente tiradas da mesma forma dos funcionários públicos portugueses: o mesmo visual, os papéis todos amontoados à volta, a caneta e agrafador e o intervalo para cafezinho de pelo menos 1 hora. A única grande diferença é que estavam bem-dispostas... Devem aproveitar melhor os intervalos…


PS: O sistema de filas aqui também funciona muito melhor: houve uma rapariga asiática que com todo o descaramento ultrapassou todas as pessoas da fila... Aqui é realmente diferente, se fosse em Portugal teríamos o inicio de uma guerra civil... Aqui, escudando-se no seu falível inglês, a moça lá passou à frente, mas teve de voltar porque não tinha a documentação toda... Foi um pequeno momento de felicidade...